Empregabilidade é a capacidade do profissional de atender as demandas do mercado com um conjunto de habilidades à frente dos concorrentes. É o valor próprio que determinado profissional consegue imprimir no mercado de trabalho.
Quem tem um bom grau de empregabilidade dificilmente fica muito tempo desempregado.
Por outro lado, quem está na média terá de brigar contra um exército por uma vaga.
Acontece que o mercado está vivendo uma nova fase de transformação que irá se acelerar nos próximos anos.
Veja este infográfico da Mckinsey sobre quais áreas devem sentir de forma mais intensa os efeitos da automação e da Inteligência Artificial:
Tarefas manuais devem ser as mais impactadas. Outras que envolvem gestão, criatividade e interação entre pessoas seguirão sua rota.
Impressiona, né? Mas nem tudo são trevas.
Segundo estimativas do Gartner, a Inteligência Artificial vai eliminar 1,8 milhão de empregos até 2020.
E criar outras 2,3 milhões de posições.
“Muitas inovações no passado foram associadas a um período de perda temporária de empregos seguido de recuperação. A atual transformação e a Inteligência Artificial devem seguir esse caminho”,
diz o Gartner.
E isso vai afetar todas as áreas.
E, como em todas as crises, os mais preparados lucrarão com ela.
A pergunta é: quem estará pronto para ocupar estas novas vagas em um mercado altamente dinâmico e competitivo e quem ficará sem trabalho?
Quer saber como se dar bem nesta revolução?
Vou te mostrar como se manter empregado e ainda ganhar mais do que você ganha hoje.
O que é empregabilidade e reskilling
Reskilling é a palavra da vez nesta fase de transformação.
De acordo com o dicionário Cambridge, reskilling significa:
1. Aprender novas habilidades para que você possa fazer um trabalho diferente.
2. Treinar pessoas para fazer um trabalho diferente.
Re + skill = “Recapacitar”
Em bom português, reskilling é requalificação.
Mas neste cenário de rápidas transformações e automação, a palavra tem sido empregada também para quem desenvolve habilidades de ponta.
Para os baby boomers – geração nascida entre 1945 e meados de 1970 – o reskilling acontecia quando um empregado de longo prazo perdia o emprego.
Alguém que acabou de completar 55 anos e descobria, ao acordar, que uma carreira de 30 anos havia chegado ao fim.
E assim a pessoa aprendia novas competências para começar algo novo.
Só que este ritmo vai ser muito mais acelerado para as próximas gerações.
Segundo especialistas, uma pessoa poderá desenvolver até três carreiras diferentes ao longo da vida – eu já estou na segunda!
Portanto hoje não é mais preciso esperar ser demitido para praticar o reskilling.
É preciso praticar o reskilling para evitar a demissão.
Ou seja: reskilling deixou de ser requalificação para se tornar atualização e aprimoramento obrigatórios.
E se você estiver disposto a aceitar isso, você vai sair ganhando.
A importância da requalificação para empregabilidade
Somando os fatores, a gente conclui que o reskilling é combustível da empregabilidade atual.
E o primeiro passo para alancar sua empregabilidade é sair da zona de conforto e começar a estudar. Para isso, o Coursera é uma excelente alternativa.
Veja o meu exemplo. Quando eu saí da faculdade, o Google e o Facebook ainda estavam em estágios iniciais.
E hoje estas duas empresas são colossos que criaram novos ecossistemas envolvendo aplicativos, publicidade, vídeo, mapas, sistemas operacionais etc.
Todos com novos serviços e habilidades específicas.
Veja o caso do Android. Ele foi lançado em setembro de 2008 e hoje está embarcado em mais de 1 bilhão de dispositivos.
Isso tudo em menos de dez anos. DEZ ANOS!
Acontece que as transformações não irão parar no Google e no Facebook.
Segundo um relatório do Institute for the Future (IFTF):
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- 85% dos empregos que existirão em 2030 ainda não existem
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- O ritmo da mudança será tão rápido que as pessoas aprenderão “na hora” usando tecnologias como realidade aumentada e realidade virtual
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- A capacidade de adquirir novos conhecimentos será mais valiosa do que o próprio conhecimento
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- A dependência humana da tecnologia evoluirá para uma verdadeira parceria
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- Humanos entrarão com criatividade, paixão e mentalidade empreendedora
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- Máquinas gerarão velocidade, automação, eficiência e produtividade
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- O trabalho deixará de ser um lugar para se tornar um conjunto de tarefas
- Machine learning irá permitir encontrar os melhores profissionais para tarefas distintas
Duvida?
Veja este vídeo do Google Duplex, serviço de conversa do Google que irá realizar tarefas humanas como agendar um corte de cabelo, apresentado no último Google i/o.
Todos estes desenvolvedores no auditório estão se preparando para desenvolver serviços como este. Eles estão na ponta da empregabilidade. Mas além de todos estes fatores, existe um outro que é fundamental para o sucesso que eu comento em outro post: a inteligência emocional.
10 novos empregos do futuro para você focar agora
Sem querer bancar a mãe Dinah, separei esta lista com algumas das profissões que devem existir no futuro de acordo com as revistas Time e FastCompany. Veja:
1. Virtual Store Manager
A função deste profissional será ampliar no e-commerce a experiência física de compra, inserindo itens como gostos e cheiros na jornada de compra do consumidor.
“O papel do gestor da comunidade, alguém que envolve e encanta os clientes em um mundo digital da mesma forma que o gerente da loja de varejo, vai explodir”, diz a Time.
2. Gestor de robôs
Os robôs irão substituir as pessoas, mas as pessoas ainda irão controlar os robôs por algum tempo.
“Apesar dos temores de automação tirar empregos, a necessidade de humanos qualificados para operar, utilizar e desenvolver tecnologias continuará necessária”.
3. Programador de robôs
Esta será a pessoa que desenvolverá algoritmos baseados em machine learning para serem instalados nos robôs.
“À medida que o software se torna uma commodity, esta posição tarefa será tão comum quanto o Excel é hoje”.
4. Explorador remoto
A internet das coisas irá produzir toneladas de dados sobre nossas ruas, lugares e ambientes. Satélites se tornarão acessíveis. Estes profissionais viajarão pelo mundo verificando sistemas, edifícios e lugares de difícil acesso sem sair do lugar.
5. Controlador de tráfego de drones
No futuro, o tráfego de drones precisa ser regulado por um sistema de tráfego aéreo semelhante ao que os pilotos de avião usam.
“Da mesma forma que os controladores de tráfego aéreo monitoram os aviões, vamos querer alguém coordenando, monitorando e instruindo os drones”, diz uma fonte.
6. Gestor de morte digital
Esta pessoa será responsável por gerir e fechar todos os ativos digitais de uma pessoa após sua morte. Mais do que isso, ela poderá reunir todos estes dados para recontar sua história de vida. Incrível, não?
7. Designer de realidade aumentada
Indústrias como o marketing e varejo já usam realidade aumentada para criar experiências interativas para os consumidores.
E a combinação de imagens reais com criadas por computadores deve explodir. As aplicações irão desde treinamentos até cartazes virtuais.
8. Balanceador microbiano
Da nossa boca até o intestino, nosso corpo está repleto de bactérias. E muitas pesquisas têm sido feitas sobre elas. O trabalho deste profissional será equilibrar o homem com suas bactérias com foco no bem-estar.
9. Desorganizador corporativo
As grandes empresas irão se parecer mais com startups, vendo a inovação como vital para os lucros futuros. Para isso precisarão de pessoas capazes de introduzir novas formas de pensamento, um pouco de “caos organizado”. O disruptor entrará nos novos sistemas da economia, criando maior fragmentação e um ecossistema mais distribuído. Isso é sobre design thinking.
10. Conselheiro não-escolar
O conceito de educação como um exercício de quatro anos de duração vai acabar. O futuro será diversificado. As pessoas se conectarão durante um ano em um curso aqui, outros dois meses em outro lugar. Estes conselheiros serão consultores para estes caminhos. (esta é uma das propostas deste blog!)
Alguns destes podem parecer balela hoje. Outros já devem estar contratando.
Portanto, é melhor estar preparado.
Como alavancar sua empregabilidade
Até aqui, vimos que:
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- a empregabilidade é sua capacidade de atrair trabalho
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- a inteligência artificial vai acabar com 1,8 milhão de empregos até 2020
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- e vai criar outros 2,3 milhões de postos
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- o reskilling é o segredo da empregabilidade
- A capacidade de adquirir novos conhecimentos será mais valiosa do que o próprio conhecimento
O fato é que vai ter trabalho mas não na forma que estamos acostumados.
Porque a maioria das pessoas ainda tem uma cultura de trabalho trazida do século passado.
Mas as oportunidades já impõem novos modelos do século XXI.
Em empresas mais inovadoras, novas tecnologias permitem que as equipes trabalhem de forma ágil remotamente.
Veja o meu caso.
Eu trabalho em um time global com colegas da Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Malta, Índia etc. sem sair de casa.
E o meu trabalho nada tem a ver com o conhecimento que eu aprendi na faculdade.
Mas sim com outras habilidades que eu acumulei nos últimos anos, como análise de dados, SQL e automação de marketing.
Estes conhecimentos – mais o inglês – me permitiram competir com pessoas do mundo todo.
A vantagem é ser remunerado em moeda estrangeira.
Esse é o futuro do trabalho.
Ou melhor: este futuro já é uma realidade.
E você pode participar dela também.
É melhor estar preparado.
Boa sorte!