A mais nova atualização do branding do Instagram, incluíndo seus ícones e logos, tem uma mensagem clara: o vintage saiu de moda.
Os tons de marrom, a polaroid amarelada, o aspecto desbotado ficaram no passado do app que se popularizou ao aplicar um charme retrô em imagens simples do cotidiano.
Quando foi lançado em outubro de 2010, o Instagram possuía concorrentes com features mais avançadas – como o Camera+ -, mas que não combinavam a mesma beleza, a usabilidade e os recursos de rede social.
Desta forma, o app logo caiu no gosto de um novo grupo social em ascendência: os hipsters.
Sedentos por exclusividade e nostálgicos por estilo, os hipster encontraram no Instagram o retrato perfeito para suas barbas, discos de vinil e idas aos restaurante. A até então exclusividade para iPhone era a cereja do bolo, o que tornava o app ainda mais cobiçado e invejado.
Mas, assim como outras redes sociais, o Instagram se expandiu para além dos early adopters. Caiu no gosto dos influenciadores, das celebridades e de toda a massa até superar a marca de 400 milhões de usuários em 2015.
E logo, ao mesmo tempo que se multiplicavam (hoje são 22 contra 12 iniciais), os filtros perderam a importância, pois passaram a dividir espaço com vídeos (que ganharam mais tempo em relação aos 15s iniciais), e apps satélites, como o Hyperlapse, o Layout e o Boomerang – todos criados para incrementar o app âncora.
Para completar, os recursos intuitivos para ajuste de cores, contraste e temperatura permitiram criar fotos melhores do que as geradas pelos filtros (isso é gestão de produtos).
E foi desta forma que os filtros praticamente caíram em desuso, levando consigo hashtags como a #nofilter – agora a maioria das imagens são livres de filtros.
Clean é o novo preto
Da mesma forma como os hipsters envelheceram, o vintage deixou de ser novidade, como aponta a linha no Google Trends – a busca pelo termo cresceu de julho de 2007 até setembro de 2012, quando se estabilizou.
E o app de US$ 1 bilhão criado por Kevin Systron e pelo brasileiro Mike Krieger soube como se adaptar para se tornar um dos principais pilares do nosso universo digital, onde compartilhamos fotos, vídeos e imagens em movimento de vai e volta.
Com este novo posicionamento, o Instagram confirma que deixa de ser a rede social para o compartilhamento de imagens retrô para se tornar a rede social para todo tipo de imagem.
E os filtros ficaram no passado.
*O vídeo abaixo aborda a questão do esqueumorfismo (quando o design de interface emula objetos reais – como no caso do logo antigo do Instagram) e do design flat (novo logo). Vale a pena ser visto 😉