Autoconhecimento: o guia absolutamente completo para conhecer a ti mesmo

O autoconhecimento é a ferramenta mais poderosa que você tem para transformar a sua vida. 

É também o primeiro e mais fundamental dos conhecimentos.

Por isso, na Grécia Antiga, os gregos já escreviam “Know Thyself” (Conhece a ti mesmo) em seus templos, estimulando o povo a questionarem suas reais motivações.

Não importa qual o seu objetivo para daqui um, cinco ou cinquenta anos.

Não interessa se você quer correr uma maratona, ficar milionário ou ter um casamento feliz até os últimos dias.  Tudo começa com o autoconhecimento. 

As pessoas que conhecem a si mesmas sabem quais são seus pontos fortes e pontos fracos.

Elas sabem exatamente quais os seus talentos e como explorá-los ao máximo. E focam neles para atingirem o sucesso. Isso é propósito.

Entretanto, a maioria não descobre seu potencial até que seja muito tarde para usá-lo em benefício próprio. 

Por isso vou te mostrar agora como qualquer pessoa pode desenvolver o seu autoconhecimento de forma prática.

Também vou dar dicas de testes, livros e exercícios que farão você se descobrir por completo.

Você está preparado?

Então vamos começar com uma breve explicação…

O que é autoconhecimento?

O autoconhecimento é alvo de investigações filosóficas há muitos séculos, como podemos perceber nesta frase de Lao Tzu, pensador chinês do século 6 a.C.:

Aquele que conhece o outro é inteligente; aquele que conhece a si mesmo é sábio”

Autoconhecimento é conhecer todas as nossas características pessoas, como as nossas forças, fraquezas, medo e insegurança.

Portanto, se autoconhecer tem a ver com ter plena consciência de como você reage diante das situações que a vida te coloca.

A prática de se conhecer melhor faz com que a pessoa tenha mais controle sobre as próprias emoções, ajudando a tomar melhores decisões.

Para chegar lá, é necessário um trabalho de reflexão, observando como sua mente trabalha – e como você é afetado pelos seus pensamentos e emoções.

As duas mentes 

Muitos autores de desenvolvimento pessoal – como Mark Manson, de A Sutil Arte de Ligar o F*da-se – citam a teoria das duas mentes.

Temos a mente que pensa e a mente que observa.

Para entender este conceito, você pode fazer um exercício simples: feche seus olhos por 30 segundos e tente não pensar em nada.

É quase certeza que você teve uma dificuldade gigantesca para parar de pensar, com várias preocupações e obrigações aparecendo em sua mente.

Agora, faça a mesma coisa: feche os olhos por 30 segundos, mas, desta vez, preste atenção em tudo que vier na sua cabeça.

Sentiu a diferença?

O que você acabou de fazer é um breve exercício para entender o que é a mente que pensa e a mente que observa.

👉 A mente que pensa, obviamente, são todos aqueles pensamentos que ficaram pipocando enquanto você tentou ficar sem pensar. 

Já a mente que observa foi a do segundo exercício, aquela que presta atenção em as todas as coisas que surgiram na sua cabeça. Isso é mindfulness. 🧘‍♀️

A mente que pensa é como um cachorro agitado, que não consegue ficar parado, sempre procurando alguma coisa para fazer.

O grande problema é que, se não soubermos usar nossa mente que observa, o “cachorrinho” que está na nossa cabeça nunca vai ser adestrado. 

Ou seja, ele nunca vai te obedecer, nunca vai ficar quieto, e é ele quem vai guiar suas ações.

Mais ou menos aquele papo do cachorro que leva o dono para passear, sabe?

Reconhecer e controlar suas emoções

Um dos pontos fundamentais do autoconhecimento é saber lidar com as nossas emoções.

Para isso, é preciso reconhecê-las e entender como elas te afetam, principalmente aquelas que são negativas, como raiva, medo e angústia.

Voltando para as duas mentes: é praticamente impossível parar a nossa mente que pensa, mas você pode exercitar sua mente que observa para investigar seus sentimentos.

O grande “pulo do gato” é saber que é possível não se misturar com as emoções negativas. Isso é inteligência emocional.

Porque, não se engane, os sentimentos ruins sempre irão aparecer. Eles fazem parte da nossa natureza humana.

👉 Um truque é reparar nas suas emoções e mudar a maneira como você descreve elas.

Calma que eu vou explicar.

Quando você estiver em um dia muito ruim no trabalho, ao invés de pensar “estou bravo com meu chefe”, pense “estou me sentindo bravo”.

Parece pouca coisa, mas o que isso faz é mostrar que os sentimentos são passageiros.

Eles fazem parte de você, mas você não precisa ser refém deles.

Porque não adianta você não querer se sentir irritado – e, se você tentar, é possível que você vá ficar ainda mais irritado.

O ideal é aceitar suas emoções e saber como neutralizá-las.

É inevitável ficar nervoso, com medo e inseguro. Mas você pode escolher como vai se comportar com estes sentimentos.

Meditação, atenção plena e autoconhecimento

Voltando para o cachorro do nosso exemplo: para adestrar nosso animal de estimação é necessário prática e repetição.

É a mesma coisa com a nossa mente. 

E uma das práticas mais poderosas para reconhecer as suas emoções é a meditação

Através da meditação, nós paramos para observar como nos sentimos e como está o nosso corpo.

Fortalecendo nossa mente que observa, conseguimos acalmar a mente que pensa e temos mais noção de todos os pensamentos que ocupam nossa cabeça. 

Deste modo, ganhamos mais consciência de como nossa mente funciona, e de como somos afetados pela maneira como pensamos e sentimos, desenvolvendo nossa inteligência emocional.

Autoconhecimento e arquétipos

Como você tem visto, a busca pelo autoconhecimento tem sido a preocupação de muitos pensadores há séculos.

Da mesma maneira, muitas áreas da ciência se ocuparam em entender o ser humano, e classificar o nosso comportamento.

Você já ouviu falar de arquétipos? É uma palavra de origem grega que significa “padrão original”. 

Apesar da origem grega, foi o  psicólogo Carl Gustav Jung que foi fundo no conceito de arquétipo no século XX. Segundo Jung,  existem personagens universais em todas as culturas, e eles existem no inconsciente de todo mundo.

Portanto, os arquétipos representam as motivações e desafios destes perfis, e revelam como mudamos através de nossas experiências. 

O conceito evolui ao longo dos anos e passou a ser muito utilizado na área do marketing e publicidade, mas continua sendo ferramenta de autoconhecimento fantástica.

Os 12 arquétipos de Jung para o seu autoconhecimento

os 12 arquétipos de Jung para o seu autoconhecimento
medium/sevendesign

Jung definiu doze tipos principais de arquétipos. Sua teoria diz que as pessoas tem vários desses arquétipos dentro de sua personalidade, mas um deles tende a ser dominante.

Esse assunto é bem legal. Para te ajudar a se descobrir,  trago abaixo um resumo rápido dos arquétipos e suas principais características. Veja:

O Inocente

  • Desejo: viver no paraíso 
  • Medo: errar e ser punido
  • Estratégia: fazer as coisas do jeito certo

O Cara comum (ou órfão)

  • Desejo: estabelecer ligação com as outras
  • Medo: ser rejeitado por suas ideias
  • Estratégia: desenvolver virtudes comuns sólidas

O Herói

  • Desejo: provar seu valor por meio de ações difíceis e corajosas
  • Medo: se tornar fraco, vulnerável ou “covarde”
  • Estratégia: ser o mais competente e corajoso possível

O Cuidador

  • Desejo: Cuidar dos outros e protegê-los do mal
  • Medo: Egoísmo e ingratidão
  • Estratégia: Fazer coisas para os outros

O Explorador

  • Desejo: ter liberdade para viver sua descoberta
  • Medo: ficar preso a uma situação ou se acomodar
  • Estratégia: buscar coisas novas e fugir da rotina

O Rebelde

  • Desejo: revolução ou vingança
  • Medo: ser comum ou não ter poder
  • Estratégia: destruir, interromper ou chocar

O Amante

  • Desejo: intimidade, conectar-se aos outros através da sensualidade
  • Medo: ser rejeitado, ficar sozinho
  • Estratégia: tornar-se mais atraente, tanto física e emocionalmente

O Criador

  • Desejo: criar algo que tenha um valor duradouro
  • Medo: ter ideias medíocres ou ser medíocre na execução
  • Estratégia: desenvolver controle e aptidão artístico

O Tolo (ou Bobo da Corte)

  • Desejo: viver o prazer do momento
  • Medo: ficar entediado ou ser chato, maçante
  • Estratégia: fazer piadas, brincar, ser agradável

O Sábio

  • Desejo: alcançar a felicidade por meio da verdade e do conhecimento
  • Medo: ser ignorante ou ser enganado, iludido
  • Estratégia: buscar a informação, o conhecimento e desenvolver habilidades

O Mágico (ou Mago)

  • Desejo: conhecer e dominar as leis fundamentais do universo
  • Medo: consequências negativas e inesperadas
  • Estratégia: desenvolver uma visão

O Governante

  • Desejo: ter controle e poder
  • Medo: o caos, perder o controle e o poder
  • Estratégia: exercer o poder e a liderança

Legal, né? Como disse acima, uma única pessoa pode conter traços de diversos arquétipos, mas um sempre será o dominante.

Teste seu autoconhecimento – 3 ferramentas para se autoconhecer

Existem muitas maneiras para você ter mais noção das suas habilidades e suas emoções.

Vou apresentar três ferramentas que poderão te auxiliar a saber mais sobre você mesmo e suas principais características.

16 personalidades

teste de autoconhecimento das 16 personalidades
16personalities

16Personalities é um popular teste de personalidade online e grátis. Ele funciona assim: através de uma série de perguntas, o teste avalia a sua personalidade baseado em cinco diferentes aspectos:

  • Mente (Introvertido ou Extrovertido)
  • Energia (Observador ou Intuitivo)
  • Natureza (Pensador ou Sentimental)
  • Táticas (Avaliador ou Pesquisador)
  • Identidade (Assertivo ou Turbulento)

A partir daí, o teste indica sua personalidade dentro de 16 tipos diferentes: 

Estas 16 personalidades estão reunidos em quatro grupos:

Analistas (intuitivos e pensadores)

São racionais e imparciais, e destacam-se em debates intelectuais e nas áreas científicas e tecnológicas

  • Arquiteto
  • Lógico
  • Comandante
  • Inovador

Diplomatas (intuitivos e sentimentais)

São focados em empatia e cooperação, desempenham um ótimo papel de conciliadores

  • Advogado
  • Mediador
  • Protagonista
  • Ativista

Sentinelas (observadores e avaliadores)

São pessoas muito práticas, especialistas em criar ordem e estabilidade

  • Logístico
  • Defensor
  • Executivo
  • Cônsul

Exploradores (observadores e pesquisadores)

Extremamente espontâneos, estas pessoas se saem muito bem em situações que necessitam de soluções imediatas e pensamento rápido

  • Virtuoso
  • Aventureiro
  • Empresário
  • Animador

Este é um dos mais impressionantes testes de personalidade que eu conheço. A primeira vez que fiz foi em uma dinâmica em uma startup nos EUA.  Eu e todos que estavam na sala ficaram de queixo caído com a precisão dos resultados.

Você pode fazer aqui. Leva entre 30 e 40 minutos, mas definitivamente, compensa.

Eneagrama

teste de autoconhecimento do eneagrama
yourenneagramcoach

O eneagrama é outra maneira muito utilizada para se avaliar a personalidade de uma pessoa.

O modelo analisa as diferenças entre os indivíduos utilizando 9 tipos de personalidades (daí o nome enea, que significa nove em grego).

Os nove tipos de personalidade do eneagrama são: 

O Perfeccionista

  • Pontos positivos: Determinado, prático e responsável
  • Pontos negativos: irritadiço e teimoso

O Prestativo

  • Pontos positivos: carismático e disposto
  • Pontos negativos: prepotentes e apegados

O Bem-sucedido

  • Pontos positivos: focado, flexível, motivador
  • Pontos negativos: manipuladores, baixa autoestima

O Romântico

  • Pontos positivos: detalhista, criativo e sensível
  • Pontos negativos: deprimido, extremamente crítico

O Observador

  • Pontos positivos: ponderado, analítico
  • Pontos negativos: distante, frio

O Questionador

  • Pontos positivos: gregário, leal
  • Pontos negativos: rígido, apegado

O Sonhador

  • Pontos positivos: otimista, bem-humorado
  • Pontos negativos: alienado, utópico

O Confrontador

  • Pontos positivos: objetivo, realizador
  • Pontos Negativos: agressivo, vingativo

O Pacifista

  • Pontos positivos: calmo, flexível
  • Pontos negativos: inseguro, apático

Você pode fazer o teste do eneagrama gratuitamente aqui.

Mapa Astral

Ok, eu sei. Muita gente é extremamente cético e torce o nariz para a astrologia. 

Mas se a lua interfere no movimento das marés, talvez os astros tenham influência sobre a nossa vida.

Sinceramente, acho que fazer um mapa astral não vai prejudicar ninguém, e, junto com outras ferramentas, pode trazer insights poderosos sobre nós mesmo.

O mapa astral traz um cenário completo de sua personalidades e potencialidades baseado na posição dos astros no momento de seu nascimento. 

Para fazer de maneira gratuita, visite o astro.com, gere seu mapa, e anote quais planetas estão em quais casas.

Faça uma tabela completa das posições (por exemplo: sol na casa 2), entre no Google e pesquise as descrições até preencher seu mapa.

5 livros sobre autoconhecimento

Grandes autores já se debruçaram sobre a questão do autoconhecimento. Agora eu vou indicar cinco livros que são extremamente indicados para quem busca se conhecer melhor:

Inteligência Emocional, de Daniel Goleman

Daniel Goleman é um dos maiores especialistas quando o assunto é desenvolvimento pessoal.

Formado em psicologia pela Universidade de Harvard, ele é autor de best-sellers como Focoa atenção e seu papel fundamental para o sucesso

Seu livro mais conhecido é Inteligência Emocional, onde ele argumenta que ter o controle das próprias é umas das principais características para o sucesso.

Goleman diz que a inteligência emocional é formada por cinco categorias: autoconsciência, controle emocional, consciência social, gestão de relacionamentos e automotivação. 

A obra do psicólogo mostra como os sentimentos afetam nosso cérebro, e é leitura mais do que recomendada para quem procura autoconhecimento. 

O Ego é Seu Inimigo, de Ryan Holiday

livros sobre autoconhecimento

Em um mundo que vivemos o tempo todo nas redes sociais e somos bombardeados por selfies e histórias de autopromoção, nossos egos parecem maiores do que nunca.

Neste livro, Ryan Holiday afirma que o grande obstáculo para ter uma vida feliz e bem-sucedida não está no mundo exterior, e sim dentro de nós, em  nossos egos. 

Para o autor, o ego pode impedir nosso aprendizado no começo de nossas carreiras, e nos tornar cegos para nossas falhas quando nós temos sucesso. 

Com diversos exemplos, Ryan fala sobre pessoas inspiradoras que conseguiram controlar seus egos, e também mostra como combater a influência negativa dele em sua vida.

A Coragem de Ser Imperfeito, de Brené Brown

livro brené brown sobre autoconhecimento e vulnerabilidade

A professora Brené Brown se tornou extremamente conhecida por sua palestra no TED Talk, “O poder da vulnerabilidade”, que é uma das cinco mais visualizadas na plataforma.

A Coragem de Ser Imperfeito veio das pesquisas sobre vergonha, coragem e empatia realizadas pela autora na Universidade de Houston.

Brown defende que a vulnerabilidade não deve ser vista como uma fraqueza. Para ela, na verdade ser vulnerável é a melhor definição de coragem que existe. 

Ela diz que não devemos evitar emoções negativas, como o medo. Ao fugir destas sensações, nós também nos fechamos para emoções boas, como o amor. 

“A vontade de assumir os riscos e de se comprometer com a nossa vulnerabilidade determina o alcance de nossa coragem e a clareza de nosso propósito” – Brené Brown

Busque dentro de você, de Chade-Meng Tan

livro sobre mindfulness, inteligência emocional e autoconhecimento

Chade-Meng Tan é um ex-engenheiro de software que criou um programa de meditação para os funcionários do Google, o Search Inside Yourself.

O programa teve resultados tão positivos que ele decidiu compartilhar seus ensinamentos no livro Busque dentro de você. 

O principal ponto do livro é algo que já mencionei por aqui: dominar nossa mente não é dom, e sim algo que todos podem aprender.

Busque dentro de você é um guia prático para desenvolver sua inteligência emocional, com técnicas de para treinar sua atenção e para desenvolver o autoconhecimento e o autocontrole. 

Do que eu falo quando falo de corrida, de Haruki Murakami

Haruki murakami faz uma jornada de descoberta a partir da corrida neste livro sobre autoconhecimento

Correr virou uma febre nos últimos anos. A corrida ganhou milhões de adeptos, e, se você não corre, aposto que tem algum amigo ou parente que pratica este esporte. 

Mas o que podemos aprender sobre autoconhecimento com a corrida? Esta é a pergunta que Haruki Murakami tenta responder em seu livro. 

Um dos mais importantes escritores japoneses da atualidade, Murakami conta as lições que aprendeu durante décadas correndo muitos quilômetros por dia.

“Digamos que você esteja correndo e comece a pensar: Cara, que dor, não aguento mais. Sentir dor é uma realidade inescapável, mas continuar ou não suportando é algo que cabe ao corredor” – Haruki Murakami, no prefácio de Do que eu falo quando falo de corrida.

Conclusão

O autoconhecimento é uma das mais importantes ferramentas para aperfeiçoar nossas vidas.

Desenvolvendo a habilidade de nos conhecer, podemos identificar nossos talentos e nossas fraquezas.

E, principalmente, entender as nossas emoções e saber como lidar com elas. 

Com este artigo, eu procurei trazer uma série de dicas e informações para quem quer evoluir no autoconhecimento.

Espero que tenha sido útil para você.

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Até a próxima!